Content-first: uma abordagem que melhora suas decisões de Design

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Toda área dentro do Design depende de algo primordial e pouco valorizado: a informação.

Para trabalhar com identidade visual, por exemplo, o volume de informações colhidas pode ser o diferencial na entrega. Claro que estou compensando outros valores como repertório e tempo de prática.

A informação é um forte pilar no Design, e hoje quero compartilhar sobre uma abordagem que estou pondo em prática nos meus últimos projetos.

Nas linhas seguintes, quero compartilhar com você o que é Content-first Design e como tem impactado nos meus projetos.

O que é Content-First

Primeiramente, precisamos entender sobre o conceito de algo, para enfim inferirmos sobre a sua importância. Mas neste caso, antes de tudo, é necessário compreender o processo de Design, o que nos indicará onde a informação entra como pilar.

Basicamente, um processo de Design é dividido em:

  • Identificação do problema;
  • Coleta de informações internas e externas;
  • Validação de hipóteses;
  • Proposta de solução.

A informação faz a ponte entre o problema e as hipóteses. E isso nos aproxima de um lugar-comum de compreensão.

Não podemos negar a importância da informação, que aplicada ao produto de Design, vamos chamar de conteúdo.

Content-first Design preza pela priorização da etapa de conteúdo, visando o melhor desenvolvimento dos passos futuros.

Pensa comigo: te convidam para desenvolver um cartaz, mas você só tem o nome da empresa e o que ela faz. Qual abertura você tem para ser específico na comunicação que está propondo?

Mas em um segundo cenário você tem informação que é um evento de Jazz que acontecerá dia tal, no lugar X, com ingressos custando Y, feito por uma marca que se comunica de forma Z.

Pronto! Quanto mais específico em relação à comunicação, melhor a nossa matéria-prima para pesquisa.

Erros que encontrei

Eu conheci essa abordagem a partir de uma hipótese que levantei.

Grande parte dos meus projetos tinham uma gargalo em comum.

Por trabalhar com grandes sites, há um grande volume de informação a ser colhido. Descrição dos serviços, especificações dos produtos, história da empresa, cases de sucesso e por aí vai.

O gargalo em comum entre eles era o conteúdo. Pois de tanto postergar a entrega de um documento que explica o que tal produto faz, as etapas mais posteriores atrasavam.

Tive um suspiro de alívio ao perceber que existia um padrão e eu podia agir sobre o problema. “Conteúdo!”

Então busquei criar cases onde o conteúdo fosse a prioridade desde o início.

Até o momento, eu estou bem satisfeito com o resultado.

Porque aplicar

Uma vez ouvi que o conteúdo serve ao Design, mas depois de pensar um pouco, vi que talvez não fosse assim.

Possivelmente, o inverso seja um tanto drástico, mas à minha abordagem, serve muito mais.

Se no mesmo cartaz que falei acima eu não tivesse revelado o horário e dia do evento, o layout seria a mesma coisa de quando a informação foi dada?

E se por acaso agora se tem o número de artistas, o estilo e local?

Cada informação/conteúdo enriquece mais nossa pesquisa visual e embasa a tomada de decisões.

Content-first é foco no conteúdo visando o Design como uma ferramenta de representação visual que traduz determinada informação.

E a aplicação dessa abordagem é plausível porque existe um fator que define o Design: intenção. “O Design comunica a intenção do conteúdo”. Casal perfeito!

Como aplicar

Aplicar Content-first é uma tarefa complexa, pois exigirá muita conversa com o cliente, que por sua vez exigirá uma relação mais estreita entre as partes.

E basicamente, tudo se resume a conversa, que de uma forma ou de outra, é coleta de dados.

Isso nos incentiva a aumentar o nível estratégico dos projetos, e consequentemente, consumirá nosso tempo em planejamento.

No caso de sites, a etapa de conteúdo que tenho aplicado é após o Briefing e depois do mapa do site.

Essas etapas são cruciais para me alimentar com dezenas de insumos importantes para embasar cada decisão.

O Briefing me dá chão para poder agir, e depois de uma longa conversa com muitas perguntas, tenho material suficiente para trabalhar com o mapa.

O mapa do site, a parte mais estratégica, me dá oportunidade de validar a necessidade de algumas informações, logo, a etapa final em relação à nossa abordagem.

Feita a minha pesquisa alinhada ao Briefing, e o mapa do site alinhado às conversas, consigo propor “histórias” que o site irá contar.

Conclusão

O que te falei acima não é um posicionamento definitivo, pois tudo depende do seu perfil como designer.

No meu perfil, sou planejador e analista, então busquei fortalecer as etapas do meu processo com abordagens mais estratégicas.

Além disso, a forma como você toma decisões tem grande influência, e Content-first existe para embasar as decisões do Design visual, compondo a entrega com menos gargalo e mais assertividade.

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Este artigo foi escrito por:
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Éricles Batista

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