5 elementos que fazem a diferença na sua composição fotográfica

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Em nossa série de dicas práticas de fotografia nós já falamos sobre várias técnicas, dicas e conceitos essenciais para que você aproveite bem sua câmera/celular para tirar as melhores fotos.

Algumas das principais regras de composição foram abordadas nos últimos artigos, e para concluir esse tópico, é legal lembrar de alguns elementos que podem ser usados em praticamente qualquer regra. E com aquele feeling especial de fotógrafo, assim como muita prática, consegui resultados bem legais.

Reflexos são ótimos personagens, use-os

Quando começamos a olhar o mundo com a intenção de fotografá-lo, não podemos ficar apenas no óbvio e deixar passar a oportunidade de capturar os detalhes. Afinal, como já dizia Michelangelo (apesar de que algumas fontes citam a frase como sendo de Leonardo da Vinci): “Detalhes fazem a perfeição e perfeição não é um detalhe“.

Os reflexos são detalhes muitas vezes despercebidos na passagem acelerada de um olhar desatento. E aproveitar os reflexos e a visão de mundo que eles dão faz uma grande diferença em nossas imagens.

Dias chuvosos, lagos, janelas, piscinas, metais, entre tantas outras oportunidades, que não se limitam somente a água, como é normalmente aproveitado.

Um dos elementos que fazem o reflexo ser incrível e atraente é a simetria, que é muito adorada e utilizada no design e na fotografia. Se quiser aprender mais sobre simetria, falamos sobre ela nesse artigo.

Deixe espaço para seu objeto principal

Ter um cuidado especial com o espaço em volta de seu personagem ou objeto é muito importante para que ele tenha sua importância menos afetada pelo ambiente.

Mas esse espaço que você pode deixar ao redor dele sempre vai variar conforme o que quer passar na imagem, na história dessa cena.

Imagine uma cena em que seu protagonista precisa ser representado como um ser pequeno, fraco e impotente, como alguém que está passando por problemas pessoais, onde desafios estão tomando sua vida, o mundo em sua volta está engolindo-o, ou mesmo mostrar como somos pequenos no meio de todo o universo, entre outras “viajadas” que pode dar para mostrar sua ideia.

Em uma imagem assim você pode e deve manter um espaço grande em volta dele.

Mas em situações em que nosso personagem está acima de qualquer dúvida, é o herói da história, está superando os obstáculos e nada é mais importante que ele no momento, é comum optarmos por reduzir os espaços em volta dele na hora de capturar a imagem, chegando mais perto ou dando um zoom.

Claro que aqui outros elementos de composição são muito importantes para fazer esse efeito de engrandecer ou diminuir alguém ou algo, como o ângulo, onde temos o plongée e contra-plongée, que falarei mais abaixo.

Na imagem acima, por exemplo, podemos ver que existe um certo equilíbrio, onde tanto o personagem como o cenário tem sua importância. Mas o personagem está com um bom espaço a sua volta, criando um destaque nele sem o deixar pequeno.

Ocupe o espaço de maneira útil

Muitas vezes o cenário que queremos fotografar é gigante. Grande ao ponto de não caber na foto, mesmo você dando muitos passos para trás (até quase cair), ou usando lentes super wides (grande angulares).

O que vai fazer nessa situação? Tirar uma foto mais ou menos do lugar? Se for uma simples foto de documentação isso pode ser a saída, tirando várias fotos do espaço até ter todos os pedaços dele. Mas se a ideia é fotografar imagens visualmente atraentes e bem compostas, o ideal é ocuparmos o espaço da nossa fotografia de maneira que um detalhe se destaque perante o resto da imagem.

Como assim? Veja no exemplo acima, mesmo sendo uma foto que em termos de composição não tenha nada de inovador, se diferencia por mostrar o lugar por uma característica dele e não pelo todo.

Isso quer dizer que muitas vezes tentamos capturar o macro, sendo que o “micro” já diz muito. Então se não for possível pegar toda a cena de uma vez, tente achar algo nela que conte bem a história do lugar, por exemplo, e feche a cena nesse objeto, não desperdiçando a área da sua fotografia com elementos que vão se perder no meio de várias coisas.

Detalhes únicos fazem toda a diferença e podem contar muito da cena só neles, e todo lugar tem um, cabe você de encontra-lo.

Olho no olho

Imagens não naturais causam estranheza. E se a seu objetivo é não incomodar ou gerar uma ideia diferente para quem está vendo sua foto, principalmente em fotos de retrato, manter essa naturalidade é uma boa pedida.

Nós nos comunicamos muito pelos olhos, e mesmo com as diferenças de altura de cada um, é normal pensar que a linha dos olhos é a altura padrão para uma conversa, uma conexão.

Por isso duas coisas são extremamente importantes ao aproveitar o olhar do personagem a ser fotografado. A altura (que influencia no ângulo da foto) e o foco.

A questão da altura é a mesma que falamos acima. Se você tirar foto de cima para baixo (plongée) de uma criança, por exemplo, porque ficou com preguiça de se abaixar, a criança vai parecer ainda menor do que é. Experimente se abaixar no nível dos olhos do personagem para tirar a foto e veja a diferença.

Quanto ao foco, quando tiramos fotos bem próximas, em grandes aberturas (f/1.4, f/1.8), poucos centímetros de diferença entre a lente e o personagem podem fazer com que parte dele fique focada e outra não. Por isso, se isso acontecer, foco no olho.

Brinque com perspectivas e ângulos diferentes

Novamente sair do padrão é o que pode fazer nossas fotos serem mais ou menos atraentes.

Sei que falei sobre a questão de fotografia naturais e na altura dos olhos um pouco acima, mas isso justamente quando estamos falando de retratos, e retratos onde queremos passar naturalidade e conexão. Mas em outras situações a quebra do padrão é interessante e válida para seus estudos.

Isso acontece porque mesmo você sendo uma pessoa baixa ou alta, nossa visão de mundo não se diferencia de maneira absurda, sempre estamos em uma altura média do chão, então se a sua ideia é criar uma composição diferente, primeira coisa é tentar fotografar de um ângulo ou posição pouco usual, gerando até mesmo perspectivas únicas.

Se jogue no chão, suba em locais (seguros), gire a câmera na diagonal, de ponta cabeça. Aproveite para fazer seus experimentos e crie seu estilo.

O legal aqui também é que se você tirou uma foto normal e quer dar uma girada nela, ou muitas vezes o contrário (quando não gostou dela na diagonal e quer endireitar), saiba que cortar e rotacionar a foto na edição não é pecado, mas sim muitas vezes necessário para uma boa composição.

Por vezes podemos ter tirado fotos com espaço excessivo do objeto, ou não estávamos em uma posição que permitia aquele ângulo que tanto queria. Aproveite que as câmeras hoje tem uma grande resolução (já que seu corte e rotação fará perder alguns pixels) e use os recursos do Photoshop para cortar e rotacionar a imagem até ficar do jeito que achar melhor.

E não recomendo que faça isso na câmera, já que editar no computador vai te dar muito mais controle do que deseja manter ou cortar, pela simples diferença de tamanhos de tela.

Até a próxima!

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Este artigo foi escrito por:
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Julian Nunes

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