Redesign do Bahianino, mascote da Casas Bahia – Entrevista com Cássio Braga (estúdio Miagui)

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Se você gosta de criação de personagem, deve ter visto que no mês passado, falamos um pouco sobre o redesign do mascote da Casas Bahia, o Bahianinho (agora CB), que na minha opinião ficou muito legal. E uma mudança dessa, vale a pena entendermos um pouco sobre o processo de criação.

Por isso, o convidado de hoje é o Cássio Braga, sócio e diretor criativo do Miagui, estúdio de criação responsável pelo desenvolvimento do CB, que vai falar um pouco como foi essa experiência e como é empreender na área criativa.

Confira abaixo a entrevista completa (em vídeo) e, na sequência, um pouco do que o Cássio falou sobre o desenvolvimento do CB.

Entrevista completa em vídeo

Na entrevista que está no nosso canal, você pode conferir também sobre como é ter uma produtora aqui no Brasil, além de dicas valiosas para quem quer seguir carreira principalmente na área de criação de personagem.

O processo de criação do personagem

Briefing

Como já falamos em diversos artigos, o briefing é essencial para que o projeto seja bem executado desde o início, reduzindo as refações e ajudando a entender melhor a proposta como um todo. Por isso, o Cássio comentou como foi essa etapa inicial.

A Miagui já atendia a Via Varejo (responsável pela Casas Bahia e outras grandes marcas)  anteriormente, mas no início desse ano foram procurados para conversar sobre a possibilidade de uma atualização do personagem para seguir a mudança de identidade da marca.

Então, o primeiro processo, antes de pensar visualmente em qualquer parte do personagem, seria entender bem os objetivos da marca, que um deles era justamente tirar um pouco o regionalismo que o personagem anterior mostrava e deixa-lo mais abrangente com seu público, algo que foi muito questionado, já que as características nordestinas eram bem marcantes na versão anterior do personagem.

Mas, segundo o Cássio, essa mudança era necessária e vinha para consolidar o movimento que estava acontecendo na Casas Bahia como um todo, inclusive direcionando melhor ao público atual, que tem uma presença mais forte, hoje, no Sul e Sudeste em comparação com o Nordeste.

O briefing da marca das Casas Bahia tinha muito disso. Era para ser um personagem mais plural, ele não era para ser regionalizado.

Inclusive, essa mudança já estava acontecendo nos últimos anos, onde o Bahianinho já não tinha mais todas as características regionais das primeiras versões, então foi uma evolução natural do personagem.

Nesse processo foi feito também um estudo do personagem, desde o início, que era bem diferente:

A gente fez toda uma análise da evolução histórica do personagem para entender o que a gente deveria manter, as características que a gente deveria preservar, que são fundamentais para o personagem, mas também trazer uma releitura de linguagem, de estilo.

Com essa mudança, o personagem ficou mais adequado às expectativas e necessidades da empresa. Então, o trabalho da Miagui foi dar continuidade nesse processo de evolução do personagem que já vinha acontecendo há um tempo.

Versões

Após as conversas iniciais, foram elaboradas duas versões, uma sendo mais cartoon e outra com traços mais hiper-realistas, com referência nas animações da Disney e Pixar, que foi a versão que teve a aprovação unânime.

Todas as proporções anatômicas foram alteradas, considerando que o personagem anterior tinha várias limitações nessa questão. Isso possibilitou ao novo personagem interagir melhor com os produtos, objetos e cenas que fosse inserido.

Equipe

Na Miagui o processo foi enxuto, focando principalmente no artista 3D Ismael Ramos, supervisor e lead de 3D, que trabalhou em todas as etapas da criação do personagem, da sua concepção até o render final e, claro, o próprio Cássio, que fez a direção desse processo e o alinhamento com as expectativas da marca.

Esse processo de criação durou aproximadamente 2 meses, já com a entrega de um concept 3D em vez de uma versão em 2D, para evitar uma impressão diferente do que o Ismael e o Cássio gostariam de apresentar.

Mas se considerar além do desenvolvimento do personagem, a equipe cresce, já que o projeto é uma co-criação com a agência Y&R, contando ainda com o rigging, animação, cenários, conteúdo e atendimento. Chegando, possivelmente, a 30 pessoas envolvidas no processo.

Softwares utilizados

A modelagem foi feita no ZBrush, mas vários outros softwares foram usados no processo, como o Maya, para a animação, 3ds Max em conjunto com o Corona Renderer para o Look Dev (fase de finalização das texturas, luzes e sombras para definir a aparência dos objetos), Marvelous Designer para simulação dos tecidos (roupas), Ornatrix para o cabelo, After Effects para a pós-produção e Substance para a texturização.

O diferencial do personagem

Além das questões técnicas, que se destacam, como o cabelo, olhar e texturas, o que o Cássio vê como principal diferença desse para outros personagens do mercado, é como o CB demonstra uma conexão direta, principalmente com suas expressões faciais e corporais.

Ele de fato parece que tem uma alma, parece que consegue realmente transmitir uma coisa positiva para as pessoas quando aparece na timeline, sabe?

E a ideia era bem essa mesmo, fazer com que as pessoas se relacionassem com o personagem em cada cena e conteúdo que ele aparecer, então, essa relação vai muito além meramente das técnicas 3D.

Conclusão

E não acaba aí! Tem muito mais conteúdo no vídeo completo da entrevista, principalmente se você gosta dessa área e quer aprender mais, ou até mesmo saber como ter uma chance profissional nessa ou outras áreas relacionadas!

Espero que tenham gostado e se inspirado com essa conversa que tivemos com o Cássio.

Lembrando que esse conteúdo também está lá no nosso canal do Youtube, por isso se inscreve lá também para continuar acompanhando as dicas, novidades e entrevistas que postamos também em vídeo.

Até a próxima!

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Este artigo foi escrito por:
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Julian Nunes

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